A rastreabilidade da cadeia produtiva como instrumento de controle-segurança às partes interessadas: o enfrentamento dos impactos em direitos humanos e empresas das multinacionais no setor agropecuário no Brasil

  • Michelle Lucas Cardoso Balbino Faculdade Patos de Minas- FPM
  • Thayná Lorena Vieira Faculdade Patos de Minas- FPM
Palavras-chave: Multinacionais. Rastreabilidade. Cadeia Produtiva Setor Agropecuário. Responsabilidade Social Corporativa (RSC). Códigos de Ética e Conduta.

Resumo

Resumo: As cadeias produtivas referem-se ao processo desde os insumos até se tornar o produto final. As etapas deste processo ou operações, como se fossem uma corrente, os quais resultam na comercialização. Porém, diante dos avanços tecnológicos este conceito tem evoluído conjuntamente, se tornando uma rede de negócios e cooperações. O objetivo principal deste trabalho é verificar como a rastreabilidade da cadeia produtiva pode auxiliar no enfrentamento dos impactos em empresas e direitos humanos das multinacionais no setor agropecuário no Brasil. Na cadeia produtiva agropecuária a utilização de uma abordagem mais integrada é possível mensurar e identificar as demandas além das expectativas do segmento. O que justifica a possibilidade de verificar as carências e fragilidades de um dos processos, ou integrantes ou da cadeia produtiva como um todo. A rastreabilidade é uma importante ferramenta de controle-segurança da cadeia produtiva agropecuária no enfrentamento dos impactos em direitos humanos e empresas das multinacionais. Ou seja, pois através do sistema de rastreabilidade é possível traduzir a realidade do sistema produtivo, o que pode destinar maior nível de controle e monitoramento, em todas as etapas e operações-chave, cuja perda ou lacuna de informações pertinentes pode interferir em todo o fluxo da rastreabilidade nas demais etapas da cadeia produtiva. A pesquisa escolhida para desenvolvimento do tema deste trabalho é a pesquisa empírica normativa-jurídica, por utilizar o tratamento da face empírica e factual da realidade, o que propicia a análise dos dados e normativas coletadas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória, da qual utilizou-se de fontes primárias (leis, normas, decretos) e secundárias. Em relação aos meios, a pesquisa se caracteriza como documental e jurisprudencial. Quanto à técnica utilizada, fez uso da coleta e argumentação do tema foi a técnica jurisprudencial e documental por fazer uso de documentos primários, originais, chamados popularmente de “primeira mão". Utilizou-se o método dedutivo-indutivo, com o intuito de obter conclusões de como a rastreabilidade na cadeia produtiva agropecuária pode ser utilizada como ferramenta de controle-segurança.  Como o método dedutivo, tanto sobre o aspecto lógico, a rastreabilidade atinge as empresas multinacionais e direitos humanos. Portanto, diante da rastreabilidade da cadeia produtiva é possível informar o histórico do produto, abrangendo a profundidade, e precisão dos sistemas. Tais informações, podem garantir a segurança dos alimentos e informar consumidores sobre demais atributos e características do produto, como região de origem, bem-estar animal e composição genética.

 

Biografia do Autor

Michelle Lucas Cardoso Balbino, Faculdade Patos de Minas- FPM

Professora Universitária. Coordenadora do curso de Direito. Advogada. Doutora em Direito pelo Uniceub. Mestre em Sustentabilidade Socioeconômico e Ambiental pela Escola de Minas pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Especialização em Direito, Impacto e Recuperação Ambiental pela Escola de Minas pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Pós-graduação em Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Tem experiência na área de Gestão Educacional; Direito Ambiental/Sustentabilidade e Multinacionais. Lider do Grupo de Pesquisa “O protagonismo humano enquanto direito fundamental: reflexos sociais e empresariais” da Universidade Federal de Sergipe. Lattes Lattes: http://lattes.cnpq.br/6069957017063656. E-mail: michellebalbino@hotmail.com.

Thayná Lorena Vieira, Faculdade Patos de Minas- FPM

Graduanda em direito pela Faculdade Patos de Minas (FPM). Membra do Grupo de Pesquisa “O protagonismo humano enquanto direito fundamental: reflexos sociais e empresariais” da Universidade Federal do Sergipe (UFS). lattes: http://lattes.cnpq.br/0167461285551924. E-mail: thayna.19531@alunofpm.com.br

Referências

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. INC 02/2018. Anvisa. Disponivel em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/camaras-setoriais-tematicas/documentos/camaras-setoriais/hortalicas/2019/56deg-ro-hortalicas/inc-02-2018-e-01-2019-rastreabilidade.pdf

ANVISA.Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higiene dos Alimentos.s.d. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Brasília. 2006. Disponível em: https://acisat.pt/wp-content/uploads/2016/10/codex_alimentarius.pdf.

BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia para cursos de direito. 15.ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 291.

BONILLA, José Antônio. A gestão da qualidade total na agropecuária: aspectos introdutórios. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa (RECADM). ISSN 1677-7387 Faculdade Cenecista de Campo Largo, Coordenação do Curso de Administração v. 2, n. 2, nov./2003 - http://revistas.facecla.com.br/index.php/recadm/

BRASIL. Termo de Ajustamento de Conduta. PR-AM-00055324/2022.Ministério Público Federal. Disponível em: https://www.mpf.mp.br/sp/atuacao/ajustamento-de-conduta#:~:text=
O%20termo%20de%20ajustamento%20de,e%20evitar%20a%20a%C3%A7%C3%A3o%20judicial.

BRASIL. Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006. Regulamenta os arts. 27-A, 28-A e 29-A da Lei no 8.171, de 17 de janeiro de 1991, organiza o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, e dá outras providências. Planalto. Disponivel em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5741.htm

BRASIL.Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política agrícola. Planalto. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8171.htm

CE. Conselho Europeu. Regulamento (CE) 178 de 28 de Janeiro de 2002. PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. Determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e estabelece procedimentos em matéria de segurança dos géneros alimentícios. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CONSLEG:2002R0178:20080325:PT:PDF

CEPEA. Centro de Estudo Avançado em Economia Aplicada. Alta dos custos pressiona PIB do agronegócio no primeiro semestre recuo de 2,48%. set 2022. Disponível em: https://www.cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/PIB-do-Agronegocio-20set22-2.pdf.

CUNHA, Gilberto José.; SAES, Maria Sylvia. Rastreabilidade e coordenação dos sistemas agroindustriais. 2005. v. 7. Revista Brasileira de Agroinformática. p. 29-43.

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção do conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994. p. 37.

DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987. p. 21.

DIVERIO, Tamara Silvana Menuzzi. Rodadas do Uruguai e Doha e as negociações agrícolas nos três pilares: acesso a mercados, apoio interno e subsídios às exportações. Ateliê Geográfico. Goiânia-GO, v. 9. n. 2. ago/2015. Disponível em: file:///C:/Users/Renat/Downloads/admin,+4+-+Rodadas+do+Uruguai+e+Doha+e+as+
negocia%C3%A7%C3%B5es+agr%C3%ADcolas+nos+tr%C3%AAs+pilares.pdf

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Rastreabilidade em cadeias agroindustriais: conceitos e aplicações. São Carlos, SP Outubro, 2006. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPDIA-2009-09/11845/1/CiT33_2006.pdf.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção Integrada Agropecuária – PI Brasil: Situação Atual e Perspectivas no Brasil e no Mundo. nov. 2011. Disponível em: https://www.cnpma.embrapa.br/eventos/2011/pimopicgoiaba/ palestras/20111107/situacao_pi.pdf.

FURTINI, Larissa Lagoa Ribeiro.; ABREU, Luiz Ronaldo de. Utilização de APPCC na indústria de alimentos. Comunicação Ciênc. agrotec. Abr 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cagro/a/ksmxct3g5RcWZbgQ59Tnz3v/?lang=pt.

GREENPEACE BRASIL. Nova legislação irá aumentar o controle sobre os produtos ligados ao desmatamento e violações socioambientais: A lei também vale para os países da própria UE. set. 2022. https://www.greenpeace.org/brasil/blog/lei-anti-desmatamento-e-aprov
ada-pelo-parlamento-europeu/.]

HELDER, Raimundo. Como fazer análise documental. Porto: Universidade de Algarve, 2006.

INMETRO. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Lei do bioterrorismo. s.d. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/Exigencias/bioterrorismo/bio
terrorismo.asp.

LEONELLI, Fabiana Cunha Viana.; TOLEDO, José Carlos de. Rastreabilidade em cadeias agroindustriais: conceitos e aplicações. Embrapa. 2006 . São Paulo. Disponível em:https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPDIA-2009-09/11845/1/CiT33_2006.pdf .

LEONELLI, Fabiana Cunha Viana.; AZEVEDO, Paulo Furquim de. Sistemas de identidade preservada em cadeias agroindustriais. Gestão de Negócios (Networks) Agroalimentares, 3., Ribeirão Preto. Anais… [S. l.: s. n.], 2001.

MACHADO, Rosa Teresa Moreira. Rastreabilidade, tecnologia de informação e coordenação de sistemas agroindustriais. 2000. 239 f. Tese (Doutorado) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.

MACHADO, Simone Silva. Gestão de Qualidade. Inhumas: IFG; Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2012. Disponível em:http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/386/gestao_da_qualidade.pdf?seq.

MAGALHÃES, Andreia. ISO 22000: 2005 face a outros referenciais. nov. 2006. Disponível em: https://www.infoqualidade.net/SEQUALI/PDF-SEQUALI-01/n01-pg36-37.pdf.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Secretaria de Política Agrícola. Projeções do agronegócio Brasil 2019/20 a 2029/30 projeções de longo prazo. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola/todas-publicac
oes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio_2019_20-a-2029_30.pdf.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Análise da legislação dos sistemas do Suasa. 2020. Disponivel em:https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/defesa-agropecuaria/copy_of_suasa/arquivos/copy3_of_AnlisedaLegislaodosSistemasdoSUASA.pdf.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O que é PI?. Jan. 2017. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/producao-integ
rada/o-que-e-pi.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MATTOS, Maria Laura Turino, et al. Produção integrada. Embrapa. 2021.Disponível em: https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/arroz/pre-producao/producao-integrada.

PRESTES, Andréia Ferreira. et al. Impacto do agronegócio no desenvolvimento sustentável paranaense. Revista de Política Agrícola. 2018. v. 27. Disponível em: https://seer.sede.embrapa.br/index.php/RPA/article/view/1448/pdf.

SILVA, Juan L.; LOPES, Paulo Roberto Coelho. A Lei do bioterrorismo e o seu possível impacto nas importações americanas de mangas. (s.d). Embrapa. Disponível em: http://www.cpatsa.embrapa.br/public_eletronica/downloads/OPB748.pdf.

THORSTENSEN, Vera. A OMC - Organização Mundial do Comércio e as negociações sobre comércio, meio ambiente e padrões sociais. Rev. Bras. Polít. Int. 41. p. 29-58. 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbpi/a/S5QjKJtrjNnWsMc8h6gnQ5m/.

VINHOLIS, Marcela de Mello Brandão.; AZEVEDO, Paulo Furquim de. Efeito da rastreabilidade no sistema agroindustrial da carne bovina brasileira. World congress of rural socology, 10., 2000, v. 1. p. 1-14.Rio de Janeiro. Anais... Disponível em:. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPDIA-2009-09/11845/1/CiT33_2006.pdf.
Publicado
2023-09-03