Da renovação crítica da historiografia jurídica tradicional à historicidade do tempo presente
Resumo
Resumo: O presente artigo traça uma análise sobre o caminho percorrido pela História do Direito, desde a renovação crítica do seu paradigma tradicional liberal-burguês até os desafios contemporâneos da historicidade do tempo presente. Inicialmente, a historiografia tradicional, moldada pelo positivismo, enfatizava a busca pela objetividade e neutralidade, negligenciando as dinâmicas sociais e os conflitos subjacentes. A renovação crítica surge como uma reação às limitações dessa abordagem, reconhecendo o Direito como um fenômeno social complexo e promovendo uma análise contextualizada e interdisciplinar. A transição para a historicidade do tempo presente marca um importante ponto de inflexão, no qual os historiadores enfrentam o desafio de compreender e interpretar criticamente a sociedade contemporânea. Neste contexto, uma reflexão sobre a relação entre o historiador e seu objeto de estudo torna-se crucial, exigindo uma postura crítica e reflexiva para evitar a sacralização ou simplificação do presente. O artigo busca investigar a importância da historicidade do tempo presente no contexto atual e a influência da renovação crítica da História do Direito na consolidação desse tipo de abordagem historiográfica. Para tanto, iniciará explorando os fundamentos da Nova História para posteriormente melhor compreender a trajetória percorrida pela renovação crítica da historiografia jurídica e, por fim, serão explorados os desafios e potenciais da história do contemporâneo. As reflexões alcançadas pela pesquisa bibliográfica de revisão de literatura permitem inferir que a historicidade do tempo presente oferece uma oportunidade para os historiadores repensarem suas práticas e abordagens, buscando uma compreensão mais profunda e contextualizada do Direito contemporâneo.
Referências
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