Ensino de Ecologia
Abordagem prática fora da sala de aula
Resumo
No ensino de Ecologia é indispensável a observação de fenômenos naturais que transponham o conteúdo teórico, possível por meio de aulas de campo. Nesta pesquisa, buscaram-se investigar a percepção de professores sobre a importância das aulas de campo no ensino de Ecologia e verificar a eficiência desta metodologia na aprendizagem de conteúdos relativos ao tema Dinâmica Temporal das Populações, pelos alunos. Para isso, pretenderam-se responder as seguintes indagações: as aulas de campo são estratégias metodológicas eficazes na melhoria da aprendizagem dos alunos? Qual a viabilidade do uso de aulas de campo no ensino de Ecologia? Foi realizada uma pesquisa de natureza mista, cujos passos procedimentais se deram por meio de aplicação de questionários quantiqualitativos, aula teórica e aula de campo. Os professores concordaram que a aula de campo é uma metodologia de grande importância para a apreensão dos conteúdos de Ecologia, mas que a viabilidade do desenvolvimento frequente desse tipo de aula é prejudicada devido dificuldades como quantidade excessiva de conteúdos programados, burocracia na solicitação de transporte para saídas a campo e falta de pessoal de apoio para auxiliar nas atividades práticas. Os alunos tiveram melhor rendimento nos questionários aplicados após a aula de campo, quando comparados com a aula teórica.
Referências
ARAÚJO, J. N. Aprendizagem significativa de botânica em laboratórios vivos. 2014. 229 f. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemática) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2014.
BARBOSA, K. V.; SILVA, R. N.; SILVA, R. L. O. A imagem da Ecologia para alunos do ensino médio: estudo de caso. In: KOCHHANN, A.; SOUZA, J. O.; OLIVEIRA, H. M. (Orgs.). Ensino e Educação: práticas, desafios e tendências. Campina Grande: Licuri, 2023. p. 12-19.
BARROS, A.; ARAÚJO, J. Aulas de campo como metodologia para o ensino de Ecologia no ensino médio. Areté: Revista Amazônica de Ensino de Ciências, Manaus, v. 9, n. 20, p. 80-88, 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a Base. Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2018.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. PCN – Ensino Médio. In: BRASIL. Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. In: BRASIL. Orientações curriculares para o ensino médio. Brasília: SEB, 2006.
BURROW, A. K. Teaching Introductory Ecology with problem based learning. The Bulletin of the Ecological Society of America, Washington, v. 99, n. 1, p. 137-150, 2018. DOI: https://doi.org/10.1002/bes2.1364.
CARVALHO, Í. N.; NUNES-NETO, N. F.; EL-HANI, C. N. Como selecionar conteúdos de Biologia para o ensino médio? Revista de Educação, Ciências e Matemática, Duque de Caxias, v. 1, n. 1, p. 67-100, 2011.
CRESWELL, J. W.; CLARK, V. L. P. Pesquisa de métodos mistos. 2. ed. São Paulo: Penso Editora, 2013.
FERREIRA, A. L. S.; PASA, M. C. Aula de campo como metodologia de ensino em Ecologia de Florestas, Chapada dos Guimarães-MT, Brasil. Biodiversidade, Rondonópolis, v. 14, n. 1, p. 49-62, 2015.
FONSECA, G.; CALDEIRA, A. M. A. Uma reflexão sobre o ensino aprendizagem de Ecologia em aulas práticas e a construção de sociedades sustentáveis. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, Ponta Grossa, v. 1, n. 3, p. 70-92, 2008.
GONTIJO, L. S. et al. Livro de registro como estratégia no ensino de Ecologia: bases históricas no Brasil. Amazônia: Revista de Educação em Ciências e Matemáticas, Belém, v. 14, n. 30, p. 5-17, 2018.
KANGAS, P.; SEIBEL, G. E. An industrial ecology teaching exercise on cycling e-waste. Ecological Modelling, Amsterdã, v. 371, p. 119-122, 2018. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ecolmodel.2017.12.008.
KATO, D. S.; MOTOKANE, M. T.; FERREIRA, J. H. A. O ensino de Ecologia: uma análise dos temas dos artigos científicos publicados entre 2003-2011. In: CONGRESO INTERNACIONAL SOBRE INVESTIGACIÓN EN DIDÁCTICA DE LAS CIENCIAS, 9., 2013, Girona. Anais [...]. Girona: Enseñanza de las Ciências, 2013. p.1827-1832. Disponível em: https://www.raco.cat/index.php/Ensenanza/article/view/307477/397457. Acesso em: 20 abr. 2023.
KLAUSEN, L. S. Aprendizagem Significativa: um desafio. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 13., 2017, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: PUCPR, 2017. p. 6403-6411. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25702_12706.pdf. Acesso em: 03 abr. 2020.
LIGNANI, L. B.; AZEVEDO, M. J. C. “Casa” de quem? História Ambiental e o ensino de Ecologia. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 9., 2013, Águas de Lindóia. Anais [...]. Águas de Lindóia: ABRAPEC, 2013. p. 1-8. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/ixenpec/atas/resumos/R0481-1.pdf. Acesso em: 03 abr. 2020.
MACIEL, E. A.; TEICHMANN, K. R. R.; GÜLLICH, R. I. C. A educação ambiental e suas concepções no ensino de Ecologia. RELACult: Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, Jaguarão, v. 4, n. especial, p. 1-14 2018. DOI: https://doi.org/10.23899/relacult.v4i0.958.
MARQUES, J. D. O.; OLIVEIRA, A. N. S.; PAES, L. S. Prática de campo nas aulas de Ecologia: uma análise a partir de ecossistemas amazônicos. Experiências em Ensino de Ciências, Cuiabá, v. 14, n. 2, p. 299-319, 2019.
OLIVEIRA, A. P. L.; CORREIA, M. D. Aula de campo como mecanismo facilitador do ensino-aprendizagem sobre os ecossistemas recifais em Alagoas. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, Florianópolis, v. 6, n. 2, p. 163-190, 2013.
PEDRINI, A. G.; SAITO, C. H. (Orgs.). Paradigmas metodológicos em educação ambiental. Petrópolis: Vozes, 2014.
PERONI, N.; HERNÁNDEZ, M. I. M. Ecologia de Populações e Comunidades. 1. ed. Florianópolis: CCB/EAD/UFSC, 2011.
RABY, G. et al. Teaching post-secondary students in ecology and evolution: Strategies for early-career researchers. Ideas in Ecology and Evolution, Kingston, v. 13, p. 14-24, 2020. DOI: https://doi.org/10.24908/iee.2020.13.3.e.
REMPEL, C. Percepção de alunos de Ciências Biológicas sobre diferentes metodologias de ensino. Signos, Lajeado, n. 1, p. 82-90, 2016.
SANTOS, A. E. R. et al. Estudos do meio com alunos do ensino médio: reconhecimento em campo de interações ecológicas inter e intraespecíficas. Unisanta Humanitas, Santos, v. 5, n. 2, p. 200-208, 2016.
SANTOS, S. R.; HEERDT, B. Atividade de campo no ensino de Biologia. In: SEMINÁRIO DE PIBID DA REGIÃO SUL, 1., 2015, Lages. Anais [...]. Lages: UNIPLAC, 2015. Disponível em: https://even3.azureedge.net/processos/ArtigoPIBIDSARAREGINADOSSANTOS.f2d25753048e49838d33.pdf. Acesso em: 20 abr. 2023.
SENICIATO, T.; CAVASSAN, O. Afetividade, motivação e construção de conhecimento científico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais. Ciência & Cognição, Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, p. 120-136, 2008.
SOUSA, C. R. C. Aplicabilidade da educação ambiental no ensino de Biologia: uma revisão da literatura. Criar Educação, Criciúma, v. 11, n. 2, p. 37-55, 2022. DOI: https://doi.org/10.18616/ce.v11i2.6913.
TAVARES, R. H. Didática geral. Belo Horizonte: UFMG, 2011.
ZORATTO, F. M. M.; HORNES, K. L. Aula de campo como instrumento didático-pedagógico para o ensino de Geografia. Cadernos PDE, Paraná, v. 1, 2014.